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Quem sou eu...

Atualizado: 5 de mar. de 2021


Para iniciar a nossa trajetória, acho que a melhor opção é começar com uma breve apresentação. Meu nome é Melina de Paulo e acredito que a minha trajetória acadêmico-profissional tenha se iniciado antes mesmo do meu nascimento. Afinal, nascida em uma família araxaense de professores (avó, mãe, tias e tios), desde a mais tenra idade, sempre me vi envolvida por todas as cores e texturas que esse universo proporciona. Ainda fora da idade escolar, participava com frequência de atividades no local de trabalho da minha mãe e tias: uma pequena escola municipal próxima à nossa casa. Tia Brígida, literalmente minha tia e primeira professora, foi transferida para uma outra escola e, no segundo semestre do meu primeiro ano escolar, fui aluna da Tia Angélica, minha mãe. De acordo com seus relatos, uma vez em sala de aula, não me referia a ela de forma a revelar para os colegas a intimidade de nossa relação, chamando-a sempre por seu nome.

Os anos se passaram, novas etapas foram sendo ultrapassadas e cada vez mais tomava consciência dos desafios enfrentados por esses profissionais. Era inevitável que, nos encontros familiares, apesar de alguns protestos contrários, o assunto dominante sempre envolvesse questões educacionais. Em suas longas horas de trabalho, que nunca se restringiam apenas à sala de aula, muitas vezes eu era a companheira de minha mãe e a ajudava na produção de materiais: matrizes ainda em folhas de estêncil, plastificações, cartazes, jogos. Depois, tínhamos nossos momentos de leitura em que o mundo da fantasia invadia a nossa sala de casa.

Não demorou muito para que eu mesma encontrasse o meu destino na área. Com apenas quinze anos, comecei a trabalhar como secretária na escola de idiomas onde estudava Inglês. Em pouco tempo, comecei a conciliar a primeira função com o cargo de professora, lecionando Língua Inglesa para iniciantes. Logo nas primeiras experiências em sala de aula, percebi que aquele universo, em princípio tão familiar, me apresentava desafios que eu gostava de enfrentar.

Assim, ao finalizar o Ensino Médio, apoiada por meus pais, mas recriminada por alguns antigos professores, me inscrevi no vestibular no Centro Universitário do Planalto de Araxá e, em 2006, me formei em Letras com habilitação em Português/Inglês. Durante a licenciatura, continuei atuando como professora de Língua Inglesa e comecei a encarar algumas substituições em aulas de Língua Portuguesa na mesma escola estadual onde estudei. Além disso, participei de um projeto de iniciação científica que, além de proporcionar uma bolsa que financiou 50% de meus estudos na instituição, permitiu-me aprofundar um pouco mais no universo da teoria literária. Após análise da obra “O Rei de Havana”, de Pedro Juan Gutiérrez, juntamente com meu orientador, defini que apresentaria como trabalho de conclusão de curso um estudo intitulado “O corpo, o erotismo e a identidade no romance ‘O Rei de Havana’”.

Sentindo necessidade de continuar estudando e buscando realizar um antigo sonho, em 2008, iniciei os meus estudos no curso de Direito na mesma instituição. Fascinada por romances policiais, rapidamente me vi completamente encantada pela área penal. Além do desejo de compreender melhor os mistérios que envolviam certos crimes e participar de animados julgamentos, a dedicação de um professor da área trouxe-me valiosas lições. Por meio dele, pude perceber que a docência não era para qualquer um, era preciso ter vocação. Fiz estágio no setor jurídico da Secretaria de Saúde da cidade e, por isso, no final do curso, apresentei um trabalho de conclusão de curso em que procurava analisar a importância das Câmaras Técnicas de Saúde como complexos reguladores das demandas judiciais quanto à medicação de alto custo. Entretanto, mesmo reconhecendo a importância do curso para a minha formação, ao finalizar meus estudos, entendi que aquele não seria o meu caminho.

Nesse ínterim, saí da escola de idiomas onde trabalhava desde a adolescência e comecei a me dedicar exclusivamente, agora na condição de efetiva, ao cargo de professora de Língua Portuguesa. Mesmo com a rotina exaustiva da época, consegui desenvolver na escola um projeto que me trouxe grande satisfação pessoal. O grupo “PoliAlegria”, formado por alunos e professores de uma escola estadual de Araxá-MG, tinha como objetivo tornar o aluno protagonista de seu aprendizado, utilizando o voluntariado para aprimorar seus talentos e conhecimentos, levando a terapia do riso a ambientes de convivência, como asilos, creches, hospitais e instituições filantrópicas. Através do apoio do Programa Educacional de Atenção ao Jovem - Peas Juventude (de 2006 a 2013), do qual eu era uma das coordenadoras locais, o grupo contou com oficinas teatrais com renomados profissionais da área. Além disso, em parceria com a professora de biblioteca, desenvolvemos projetos cujo propósito era o incentivo à leitura.

Em 2014, além das aulas que já lecionava, fui convidada a atuar como tutora nos cursos de graduação (Letras e Educação Física) em um polo da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Embora tenha sido uma experiência muito enriquecedora, pude perceber o quanto necessitava me dedicar mais ao conhecimento teórico da área que passou a ocupar totalmente o meu coração. Assim, em 2016, realizei um curso de pós-graduação que me possibilitou conhecer outras áreas essenciais da educação: a inspeção, supervisão e orientação educacional.

Entretanto, a vida não para e, neste mesmo ano, pedi a remoção do meu cargo para a cidade de Uberaba-MG. Na nova empreitada, recebi total apoio da equipe pedagógica da nova escola para continuar desenvolvendo meus projetos literários. No final do ano, lançamos a nossa primeira coletânea de textos produzidos pelos alunos. O “Entrelinhas” materializou um trabalho coletivo, permanente e sistemático sobre a juventude e suas impressões sobre o mundo. Em 2019, implementamos a nossa “geladeira literária” no pátio da escola, buscando desburocratizar o acesso a obras literárias através da troca, da doação, e da integração entre as pessoas.

A mudança trouxe novas perspectivas e possibilidades. Após participação de um processo seletivo, em 2018, passei a trabalhar também em uma outra escola pública. A nova realidade trouxe grandes desafios e reflexões, mas também trouxe grandes amizades. Logo nas primeiras reuniões, percebi a união dos profissionais da área e me senti mais segura. Não demorou muito para que Yammar, aluna do PROFLETRAS na época, me apresentasse para a possibilidade de cursar o mestrado profissional ofertado pela UFTM. Era a oportunidade ideal para que pudesse buscar aliar as práticas ao conhecimento teórico que me fazia tanta falta.

Com grande entusiasmo, após ter sido aprovada no processo seletivo, iniciei meus estudos no PROFLETRAS em 2019. As primeiras experiências foram assustadoras, mas eu sempre tive a consciência de que o meu caminho seria trilhado na área dos estudos literários. Assim, no primeiro semestre, cursei três disciplinas: “Leitura do texto literário”, “Fonologia, variação e ensino” e “Texto e ensino”. No segundo semestre, optei por “Literatura e ensino”, “Gramática, variação e ensino” e “Literatura infanto-juvenil”, disciplina que me deixou completamente encantada.

Fiquei apreensiva pela possibilidade de expor um estudo em um simpósio internacional, mas com o incentivo da Prof. Dra. Fani Miranda Tabak, no segundo semestre de 2019, apresentei o trabalho intitulado “O júri simulado e a literatura: despertando leitores-investigadores através da mediação” durante o VII SELL – Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários. No mesmo evento, participei de mesas-redondas e minicurso voltados para a área literária.

Ainda neste período, apresentei mais uma comunicação oral no IV Seminário de Pesquisa do PROFLETRAS, intitulado “A contemporaneidade e a leitura de textos literários no ensino fundamental II”. Também participei, junto com a amiga de sala Cryslaine, do X Encontro Mineiro Sobre Investigação na Escola, em que falamos sobre o “Projeto Leitor-Criador: Adaptação teatral nas escolas como motivação para leitura do texto literário”.

As comunicações foram elaboradas a partir do projeto de pesquisa que estamos desenvolvendo e, nas ocasiões, recebemos valorosas contribuições para a nossa pesquisa.

Ainda que não tenha mais disciplinas para cumprir, uma vez que a grade do PROFLETRAS passou por uma reformulação, sinto que esta nova etapa será realmente um grande desafio. Entretanto, através das valiosas lições dos professores e sob a luxuosa orientação da Prof. Dra. Fani Miranda Tabak, julgo estar mais preparada a enfrentar cada obstáculo. Dessa forma, mesmo em uma época tão desafiadora, venho me esforçando mais a cada dia para que minha pesquisa seja concluída com sucesso.

Por fim, gostaria de dizer que este espaço foi criado para que possamos divulgar nossas ações e compartilhar experiências. Afinal, através da troca e da discussão sobre a literatura na sala de aula na contemporaneidade, será possível explorar novos caminhos que sejam mais instigantes e desafiadores tanto para alunos quanto para professores.

Com carinho,

Melina

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