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Como surgiu a ideia do nosso projeto...

Atualizado: 5 de mar. de 2021

A escola, enquanto espaço de sociabilidade e mediação, tem centralidade na construção de sujeitos históricos críticos e atuantes. A leitura é uma (não a única) das maneiras de construir o conhecimento em diálogo com a realidade concreta. Fica latente no debate sobre a leitura na escola que, muitas vezes, foi destituído o caráter de entretenimento da atividade, desvinculando a prática do prazer e do estímulo à imaginação.

Para realização do nosso estudo, selecionamos uma escola pública da rede estadual de ensino, localizada na cidade de Uberaba no estado de Minas Gerais, onde atuamos como professora de Língua Portuguesa e Redação.

Instituído em 1964, o educandário, situado na região central da cidade de Uberaba, Minas Gerais, possui 17 salas de aula trabalhando com 30 turmas em dois períodos, matutino e vespertino. Para os cerca de 890 alunos, são ofertadas três modalidades de ensino: anos iniciais do ensino fundamental (aproximadamente, 25,5 alunos por turma), anos finais do ensino fundamental (aproximadamente, 32,4 alunos por turma) e ensino médio (aproximadamente, 31 alunos por turma). A partir do ano de 2020, participa também do Programa Ensino Médio Inovador, estratégia do Ministério da Educação para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva integral.

Atualmente, a instituição adota o “Sistema Positivo de Ensino”, uma proposta interacionista, na qual o estudante é protagonista de seu processo de aprendizagem, estimulado a refletir e questionar. Eles são incentivados à autonomia, à criatividade e à inovação.

Inserida nesta proposta interacionista, aprimorando as práticas metodológicas voltadas para a leitura, propôs-se um trabalho aos alunos intitulado “Desafio Literário”, em que deveriam relatar suas experiências de leitura em um pequeno vídeo a ser encaminhado ao docente através de um aplicativo de mensagem instantânea bastante popular, o WhatsApp®. A partir de tópicos pré-definidos, cada aluno deveria selecionar um título e realizar a leitura do livro ao seu tempo. Durante todo o ano, os alunos foram incentivados a realizar visitas periódicas à biblioteca da escola e a trocar os livros já lidos com os colegas.

Logo nos primeiros vídeos, foi observado que, na grande maioria das vezes, os alunos optam por textos rasos, best-sellers com fórmulas prontas, leituras rápidas e fáceis em que a formulação de hipóteses não é necessária.

Partindo desse pressuposto, surgiu a problematização da nossa atual pesquisa: na atualidade, como definir o que é um “livro clássico” e por que os adolescentes se distanciam deles? É possível despertar em nossos alunos do ensino fundamental II o interesse pela leitura de clássicos? Há relação entre as histórias clássicas e produtos culturais contemporâneos?

Vale salientar que muitos são os fatores limitantes para o desenvolvimento de uma comunidade leitora eficiente, tais como os sociais, tão dolorosamente expressivos na realidade. Contudo, nota-se que essa não é a origem socioeconômica dos educandos da instituição. As salas de aula possuem infraestrutura adequada e a biblioteca, embora possua um espaço pequeno, conta com um acervo de aproximadamente sete mil livros literários.

Ainda que no mundo contemporâneo o ato da leitura comece a ser aprimorado dentro de novos espaços repletos de imagens, movimentos e sons, a tensão entre as práticas de leitura e o ambiente escolar se dá por diversos fatores que transpõem os limites deste estudo. Assim, a reflexão sobre a leitura na contemporaneidade torna-se necessária e desafiante, uma preocupação constante para os professores, uma vez que a escola constitui um espaço importante de mediação entre os sujeitos e o mundo da leitura.

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